Saúde e Bem-Estar

Fibrilhação auricular: A doença silenciosa e potencialmente fatal. Saiba o que é

15 Maio, 2021

Coração

Fibrilhação auricular é a arritmia cardíaca mais comum em todo o Mundo e o seu diagnóstico pode ser fundamental na prevenção de complicações como AVC.

Sensação de batimentos descoordenados do coração, pulsação rápida e irregular, tonturas, sensação de desmaio ou mesmo perda do conhecimento, dificuldade em respirar, cansaço, confusão ou sensação de aperto no peito. Estes são alguns dos sinais registados por pessoas que sofrem da designada Fibrilhação Auricular, uma arritmia cardíaca “tendencialmente silenciosa, grave e potencialmente fatal, sendo responsável por um quinto dos AVC em Portugal. Por isso, a sua deteção precoce e o seu controlo são fundamentais para a manutenção de uma boa qualidade de vida”, começa por referir Vergílio Schneider, cardiologista do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira.

Caracterizada pela irregularidade da contração auricular, que leva à estagnação do sangue e à consequente formação de coágulos no interior do coração, estima-se que a partir dos 40 anos cerca de 2,5% da população portuguesa sofra de Fibrilhação Auricular, percentagem que vai aumentando com o passar do tempo e que, depois dos 65 anos, sobe para os 10%. “Se não for controlada, aumenta cinco vezes o risco de AVC, três vezes o risco de insuficiência cardíaca e duplica o risco de demência e de morte”, revela o cardiologista.

Evitar sequelas

Muito associada ao envelhecimento, um processo que não controlamos ao longo da vida, a doença pode estar relacionada com fatores de risco independentes da idade, “como o sedentarismo, hábitos como o tabagismo ou o alcoolismo, ou com condições como a obesidade, a diabetes, a hipertensão arterial ou a apneia obstrutiva do sono, entre outras”, enumera Vergílio Schneider. Desta forma, o diagnóstico precoce e o respetivo e atempado tratamento são fundamentais para a prevenção desta doença e de eventuais sequelas ou complicações.

Embora seja, muitas vezes, assintomática, devemos ter atenção a determinados sinais, como os referidos anteriormente, pois “um pulso irregular pode levantar a suspeita de Fibrilhação Auricular, mas, para que o diagnóstico seja concreto, é necessário realizar um eletrocardiograma ou outro registo eletrocardiográfico mais prolongado”, afirma o médico.

Um gesto que pode salvar vidas

“A medição do pulso é a forma mais fácil de detetar uma Fibrilhação Auricular, uma vez que nos permite perceber eventuais irregularidades. A partir de determinada idade, devemos fazer desta medição um hábito regular”, alerta o especialista.

Lembre-se…

Para além das alterações dos hábitos de vida e do recurso à terapêutica, o bom controlo desta arritmia depende, também, do cumprimento regular das recomendações médicas. Não altere estes procedimentos sem consultar o seu médico assistente.

Texto: Mário Rui Santos
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